Usava
óculos desde os meus 5 aninhos de idade. Na fase da infância e
adolescência eu odiava, por que sofria com piadas de colegas (oi
quatro-olhos). Hoje em dia chamam isso de bullying. Já na fase pós
adolescência, ali pelos 18 anos passei a gostar. Gostar muito na
verdade!
Tinha
a sensação de que os óculos me protegiam de determinados tipos de
pessoas rsrs e me sentia nua sem eles. Não sei explicar bem isso, mas o uso de óculos somado a minha
personalidade tímida e reservada fazia que eu ficasse mais próxima de
pessoas com essas características.
O
fato é que com o passar dos anos meu grau foi aumentando MUITO e isso
passou a me incomodar, não apenas pela dependência do óculos, mas
também pela questão estética e mais ultimamente pela saúde. Vou explicar
melhor o porquê dessas preocupações.
Esteticamente, quanto maior o grau de miopia, mais feio fica o óculos. Eu tinha -7,00 no direito e -6,50 no esquerdo. De astigmatismo tinha 0,50 em um e 0,75 em outro.
Não importa o quanto você pague caro numa lente especial, em determinado ponto, elas não têm como ficar mais finas. Dependendo da armação, fica horrível, os olhos ficam muito pequenos, quase um fundo de garrafa.
Lentes de contato? Sim, até usava, mas só em ocasiões especiais como festas e coisas do tipo. Odiava aquele ritual de limpar lente, deixar de molho em solução, fora que não importava o quanto eu limpasse, sou neurótica com limpeza e ficava cabreira com medo de pegar fungos. Além disso, essa falta de hábito fazia com que eu me esquecesse que estava com lentes e acabava coçando os olhos etc.
Sobre a questão da dependência, nem preciso explicar muito. Sabe o que é você mal abrir os olhos de manhã e já buscar desesperada seus óculos até pra ver o horário no rádio-relógio? kkkk. Só tirava pra dormir e tomar banho.
Agora por último, a preocupação com a saúde. Ano passado eu descobri numa consulta de rotina que estava com um processo degenerativo na retina. Hein?
É, devido ao meu alto grau, a minha retina começou a ficar esburacada e segundo o médico, futuramente era certo que o vazamento de líquidos por esses buraquinhos iriam fazer minha retina descolar e adeus visão. Como se sabe, uma vez que ocorre o descolamento a cegueira é irreversível.
Isso foi o que o médico me explicou e segundo o que pesquisei, e até mesmo por experiência com pessoas próximas, é isso mesmo que acontece.
Degenerações periféricas ou roturas na retina predisponentes ao deslocamento de retina necessitam de um tratamento chamado Fotocoagulação a laser.
Neste procedimento, o laser é captado na retina, onde causa uma pequena cauterização
(queimadura). Isso proporciona uma adesão maior e mais sólida entre a
retina e a coróide subjacente . Ao se realizar o laser as marcas na
retina, inicialmente brancacentas se pigmentam e elas adquirem a
coloração escura.
Esse problema que tive costuma ser muito comum em diabéticos e em pessoas que possuem um grau alto de miopia. Se você quiser saber mais, clique aqui.
Resumindo: tive que fazer essa tal fotocoagulação a laser. É feito em ambulatório. Simples, rápido e indolor.
Resumindo: tive que fazer essa tal fotocoagulação a laser. É feito em ambulatório. Simples, rápido e indolor.
Foi após este fato que decidi definitivamente fazer a LASIK, pois a tendência era que meu grau continuasse aumentando, mesmo que relativamente estável, e tive medo do problema se tornar reincidente.
Há três anos atrás eu perdi minha visão temporariamente devido a um acidente vascular cerebral. Foi a sequela mais difícil de vencer. Então, passar por essa experiência de ficar sem enxergar, me fez dar muito mais valor a este órgão tão nobre do nosso corpo.
Agora vamos aos detalhes da minha cirurgia.
A técnica usada foi I-LASIK. Existe uma outra chamada PRK, mas esta é mais recomendada para quem tem não tem a córnea suficientemente espessa ou a córnea não tem a
curvatura adequada para o LASIK. A PRK é, também, frequentemente usada
para corrigir de baixos a moderados graus de miopia, hipermetropia e
astigmatismo.
A diferença do I-LASIK para o LASIK convencional é que a lamela (flap) é criada com o laser.
Abaixo algumas ilustrações de como é feito o procedimento. No youtube também tem muitos vídeos, assista se tiver coragem rsrs.
Agora vamos aos detalhes da minha cirurgia, com direito ao antes, o durante e o depois.
ANTES
Antes da cirurgia é necessário a realização de diversos exames para ver a situação geral dos olhos. Não lembro o nome de todos agora, mas foram simples e rápidos.
É através destes exames que o médico vai escolher qual o tipo de cirurgia poderá ser feito. Córnea fina PRK, córnea normal LASIK.
Comigo estava tudo ok, então LASIK, melhor dizendo, I-LASIK.
DURANTE
O lugar onde realizei a cirurgia se chama Centro Avançado de Laser e fica em Pinheiros, em São Paulo. O CAL é referência nesse tipo de cirurgia aqui em Sampa.
Meu procedimento estava marcada para as 18h30 e antes que me esqueça, o médico que me operou foi o Dr. Vinicius Nascimento.
Quando cheguei, a recepcionista perguntou se eu queria um calmante. Perguntei se era realmente necessário, e ela disse que era só pra relaxar. Se não estava nervosa, nesse momento fiquei e resolvi tomar "passapracá.
Chegada a hora, você fica numa sala para ser preparado.
Lá fazem a assepsia da região dos olhos com iodo e pingam os colírios anestésicos.
Nessa sala é possível ouvir o barulho do aparelho #tenso.
Você também coloca uma touca e protetores na sola dos sapatos.
Na sala de cirurgia você se deita e é posicionado na máquina. Não me lembro bem (até porque não enxergava rs) mas havia 2 médicos e 2 enfermeiras.
Primeiro eles tampam um dos seus olhos para trabalhar no outro. Em seguida, colam uma fita nos seus cílios para protegê-los. Por último, vem um aparelhinho para manter os olhos abertos durante o procedimento.
Gente, é MUITO rápido. Creio que não levou mais que 3 minutos cada olho.
Primeiro, o médico joga um líquido e fala pra você olhar fixo pra uma luz vermelha. Em seguida, ele pede para a assistente marcar 30 segundos. É nesse momento que o laser é preparado para cortar o flap. Confesso que fiquei bem preocupada nesse momento hehehe, mas não senti nada. Depois de fazer a contagem regressiva, o negócio passa no seu olho e aí fica tudo embaçado. Nesse momento o médico explica que vai "lavar" a visão e joga um líquido.
Depois já é possível ver melhor e ele diz pra vc olhar para a luz para em seguida disparar o laser.
É tudo muito rápido, a única coisa que senti enquanto o laser passava foi um cheiro de pele queimada.
Logo em seguida, ele recoloca o flap. Depois coloca-se um lente de contato, muito parecida com essas gelatinosas que segundo o meu médico, serve para ajudar na regeneração do tecido. Só fiquei sabendo dessa lente, depois que sai da sala. Na hora que ele colocou, eu achava que era o flap rsrs.
No outro olho, a coisa foi igual.
Não se preocupe, que se você mexer o olho durante a cirurgia, o laser não vai cortar o seu cérebro. Os novos modelos de laser contam com a tecnologia de Eye Tracker (que acompanha qualquer micro-movimentação dos olhos).
DEPOIS
Logo após o procedimento, você vai para uma sala. Em alguns segundos o médico vem olhar seus olhos num aparelho e ver se está tudo bem. Estando tudo ok, eles colocam um protetor de acrílico, que deve ser usado para dormir por 7 dias, evitando que você coce os olhos durante o sono. Até aqui tranquilo.
Em seguida, o Dr. me deu a receita dos colírios, são 2 tipos diferentes: um antibiótico e anti-inflamatório que deve ser pingado a cada 3 horas e um outro lubrificante.
Ele também receitou um remédio para dor (lisador) e disse para eu retornar na clínica no dia seguinte para me avaliar.
Até aí tudo bem, mas gentem, depois que eu cheguei em casa e fui dormir, mas começou a doer de um jeito G-ZUIZ, socorrooooooooo!
Não ia ter como dormir daquele jeito e olha que eu tenho resistência a dor. E lá vamos nós para o pronto-socorro tomar um tramalzinho na veia.
DIA 2 e 3 APÓS A CIRURGIA
No dia seguinte, eu estava enxergando tudo embaçado e com dificuldade para abrir os olhos na luz. Estava dolorido ainda, mas suportável, mas o que mais incomodava era a sensação de areia nos olhos. Não importa o quanto você coloque lubrificante...
Como tinha retorno, só sai de casa para isso. Chegando lá o Dr. constatou que o olho esquerdo estava inflamado, mas já era esperado. Ele pingou anestésico para examinar e nossa, que alívio!!! Até passar o efeito rsrs
Passei o segundo e terceiro dia da cirurgia na cama, no escuro e dormindo.
DIA 4
Hoje já foi possível sentir a diferença na visão, embora a luz ainda incomode, de modo que até mesmo dentro de casa eu fiquei de óculos escuros.
DIA 5
Hoje tive outro retorno com o meu médico. Desta vez para tirar as lentes \o/
Ele disse que a lente fica com depósitos de colírio e isso irrita um pouco (um pouco muito rs) os olhos.
Já enxergo bem melhor de longe, mas de perto vejo tudo desfocado.
O Dr. Vinicius explicou que é normal. Um dia melhora, outro piora, é assim durante uns 20 dias.
Meu próximo retorno é dia 13/05.
DIA 6 e 7
De ontem pra hoje tive uma melhora assustadora. Até estou no computador, vejam só!!
De perto, está embaçado um pouco ainda, mas de longe é incrível, vejo muito melhor, até mesmo quando estava de óculos!
O Dr. me explicou que fica embaçado mesmo pra ver de perto pois o cérebro fica confuso com a nova informação. Uma vez que você via bem de perto e mal de longe e agora já enxerga bem a uma longa distância, isso o confunde e ele demora alguns dias para se adaptar.
CUIDADOS NO PÓS-OPERATÓRIO
Os cuidados são simples. A maioria dos medicamentos são colírios, como dá pra perceber.
No primeiro dia tem que pingá-los hora a hora. Com o passar dos dias, vai espaçando.
Os remédios para dor não estou mais usando. Usei só nos três primeiros dias.
Os protetores de acrílico devem ser usados por 7 dias para dormir. Eles evitam que você coce os olhos enquanto dorme.
Este é o kit. Remédios e protetores de acrílico.
CONCLUSÃO
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